segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Às Vezes.

Às vezes a crase me confunde

Às vezes quem me confunde é você 

Vida, América Latina; um gole de paz e um pouco de rum 

Sem rumo na vida, sem vida na rima 

Às vezes tudo que eu queria era só um pouco de ti.

  • Escrito por: Yago Conforte. 

Outra Vez Você.

Se eu me dou bem com a escrita
Talvez não possa falar 
Tanta gente infinita 
Perdidas num alto mar

A cada palavra escrita
Me conheço mais
São gestos, palavras não ditas
Que diriam tanto e mais. 

  • Poema Escrito por: Yago Conforte. 

Tudo queima, nada reproduz.


Há algum tempo atrás (uns 2 anos) eu escrevi uma música que se chama "Violência Programada", e ela tem um trecho que diz o seguinte... 

"...tudo queima, nada reproduz, só há uma luz, e nenhum alívio...

E nessa última semana comecei a fazer uma correlação com as queimadas na Amazônia. Eu escrevi a letra dessa música uns 2 anos atrás, e a letra dela fala exatamente do que estamos vivendo hoje. Achei meio louco eu ter escrito isso meio que sem saber o porquê, mas ela fazer tanto sentido nos dias atuais. Talvez eu tenha sido transportado pra uma consciência 2 anos a frente do ano em que eu vivia... Ou talvez eu só tenha a imaginação muito fértil. Todos nós temos. 

O fato é que essa letra mesmo sendo escrita em 2017, provavelmente fará sentido alguns bons anos se tudo continuar do jeito que está... (eu espero que não). 

"...a vida queima na cidade em chamas, no jornal da tarde, no lema das campanhas..."

Texto Escrito por: Yago Conforte.  
                                                                                                                Direitos Autorais da Foto: Andrea Goldschmidt. 

Pensamentos Confucianos.


Hoje estava lendo alguns artigos na Web e de repente li uma frase do Confúcio (filósofo e pensador chinês). A frase dizia o seguinte: "Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão.
E comecei a levar isso pro lado pessoal... 
Nós somos o que dá pra fazer, e sempre temos que trabalhar com o que temos, pelo menos até surgir algo melhor. 
Nunca dá pra gente começar nada lá de cima, sempre são degraus a se subir. 
E, eu acredito que essa "meritocracia" vale pra vários setores das nossas vidas de meros mortais.  
No meu caso, com a música. Eu quero um dia poder chegar lá na frente e falar que toquei em todos os lugares da minha cidade, como se estivesse subindo degraus, afinal: "nessa viagem chamada vida só há uma passagem, só há uma ida...

Mas voltando ao tema que me inspirou a escrever esse texto hoje; nós temos tantos sonhos, e tantos sonhos se perdem com o passar dos anos. Por que não acender uma vela na escuridão até que o sol comece a iluminar nossos caminhos? (here comes the sun)

Texto escrito por: Yago Conforte.                                                                                                     


                                                                                                                                                                                             Direitos Autorais da Foto: Pablo Rodriguez. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Índios.


Nada mais justo do que falar dos caras que descobriram o Brasil muito antes de Pedro Álvares Cabral; os índios.
O mais interessante nesses caras é a forma com que eles vivem, e como isso passa de geração pra geração sem perder a ternura jamais. São muitos  anos com a "mesma" tradição.
E se a gente colocar isso numa linha entre nós (homens brancos) e os índios, a diferente é gritante.
Nós (homo sapiens - homem sábio-) evoluímos durante anos e anos, do fogo ao ferro, do ferro à tecnologia. E continuamos evoluindo cada vez mais. E o mais engraçado nisso tudo, é que algumas coisas se perdem entre nós, com o passar dos anos.
Mas, o mesmo não acontece com os índios. Eles têm uma tradição muito forte, talvez até algo que seja místico. Na tradição indígena, há um ritual para a "fase adulta", e esse ritual consiste em várias coisas, partindo até pro lado transcendental da coisa.

Não é muito louco pensar que mesmo depois de anos centenários eles continuam da mesma forma, mesmo depois de terem derramado tanto sangue pra proteger o que de fato é deles?!
O mesmo serve pros "bajaus"; povos que literalmente vivem nas águas, e que são "geneticamente modificados". Mas isso é tese pra um outro post. Por hoje é só. =]


Apesar de eu não gostar muito do som desses caras, essa música em especial eu até gosto, e tem muito a ver com esse post.





"...quem me dera ao menos uma vez, como a mais bela tribo, dos mais belos índios não ser atacado por ser inocente..."
Texto escrito por: Yago Conforte.

Arte e Vícios em mim.



"Há tão pouco de mim aqui, e arde tanto minha solidão..." 

E destes versos, surgiu uma nova música, a principal influência; Noites Brancas, do Dostoiévski (que inclusive leva o nome da música). 
Este livro talvez seja o mais "romântico" desse autor russo. As palavras, a melancolia, e a forma com que ele escreve esse livro, é de tamanha angústia. 
Sabe aquela música que você ouve e que o artista consegue te passar uma emoção ao cantar ela? 
É exatamente disso que se trata esse livro. Não à toa, eu compus uma música como uma referência a este clássico da literatura russa. 

Acho que eu nunca li um livro no qual eu me identificasse tanto com eu lírico.
Inclusive já postei aqui no site algo sobre esse livro. 
Talvez eu tenha uma queda pela solidão, talvez faça parte de mim andar só quase sempre, mas sempre em paz. 
E acho que não tem nenhum problema nisso... Exceto as pessoas que acham que a solidão seja só tristeza. 
Calma, eu não tô romantizado a solidão. Mas ela não é tão ruim como as pessoas retratam, pelo menos não pra mim. 
Resultado de uma vida parcialmente tediosa e sem muitas emoções?! Talvez. 
Mas não tô reclamando, como um diz um velho escritor alemão: "nós somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter..."


                                                                          Texto escrito por: Yago Conforte.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Noites que passamos lado a lado a solidão.



"Mas há de compreender-me melhor se eu lhe disser tudo francamente, se lhe abrir meu coração. Eu não posso calar-me quando meu coração grita... Geralmente não encontro quem goste de mim. Mas sonho todos os dias que alguma vez, em algum lugar, hei de encontrar e hei de conhecer alguém... Ai, se soubesse quantas vezes me tenho apaixonado, só em imaginação!... Apenas de um ideal que aparece nos meus sonhos. Eu, em sonhos, imagino novelas completas."
                                                               
                                                                     (Dostoiévski, in "Noites Brancas")



E quantas novelas eu já não criei dentro de mim? 

E quantos muros já caíram deixando apenas os pedaços dentro de mim?  
                                                                                      Yago Conforte. 

Requiem à Vida.


Na vida, talvez fosse necessário um pouco mais de emoção.

Um pouco mais de cor na vida, e de cór já sabemos qual é a direção.

Talvez a vida seja um heterônimo de Fernando Pessoa, talvez seja ela um anônimo sob várias pessoas.

Da destruição ao saber o que é pensar e sentir. Ou pensar e não sentir.

Não sentir mais nada, nem frio, nem calor, nem teu sabor.

Talvez a minha escrita um dia chegue aos ouvidos de qualquer poeta do interior. Inteiros dentro de nós.

Texto escrito por: Yago Conforte.

Cidades históricas, histórias de um Oscar Niemeyer.


Hoje eu estava num papo informal na academia, e não sei porque diabos o assunto chegou num gênio centenário; Oscar Niemeyer. Além de um cara visionário, o Oscar faz parte da vida de todos os brasileiros, sua arquitetura ultrapassa gerações (até mesmo as gerações que geram generais).
Aqui na minha cidade, o Teatro Municipal foi arquitetado por este excêntrico carioca, e comecei a ''viajar'' no significado das obras dele.

Tudo bem que nenhuma obra de arte dá pra se colocar num pote e ditar o que ela representa (senão não seria arte, certo?).
O fato é que as ''viagens'' que a arte nos proporciona é essencial, assim como a água é essencial na vida humana. Aliás, eu sempre imaginei que o Teatro Municipal de Uberlândia fosse uma caixa d'água. Representando exatamente isso: a cultura é tão importante quanto a água nossa de cada dia. 
O problema é que estamos bebendo poucas doses dessa água. E o que isso se torna? Um país em maus lençóis, lentes impossíveis de enxergar além do que se tem.

''Caos em filas ais pensando em reais na banca do tiroteio, mas Camões nos diz mais e os crimes tão banais se tornam financeiros.''

Aproveitando essa brecha, esse trecho que citei aí em cima, é parte da letra de uma música que eu escrevi, e nela eu quis passar essa relação de arte e violência nos dias atuais. Talvez se tivéssemos mais livros que armas, não estaríamos nesse caos no qual nos encontramos.

Pra encerrar, uma frase (simples, porém genial) do cara que me inspirou a escrever esse texto.

                     
                                                        ''A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.'' 
                                                                                        Oscar Niemeyer. 

Texto escrito por: Yago Conforte.

domingo, 18 de agosto de 2019

Poeta do Interior.


Talvez o pior sentimento seja o de não saber exatamente o que se sente.
Ou de saber o que se sente, mas não querer assumir isso.
Londres, discussão sobre literatura (aquele livro do Tolstói... Ou é Dostoiévski?! Xiii.. Acho que errei o autor e passei vergonha).
Talvez um dia de sol numa universidade federal andando pra lá e pra cá.
Pode ser que seja aquela música do Chico Buarque ou do Belchior.
Malditos corações selvagens. 
Um vinho inacabado (por você) e o primeiro beijo, o primeiro gole. Entre o copo, o teu corpo outra vez.
Um beijo engolido às pressas, um sentimento escondido às vésperas da sede.
Talvez um sentimento tão grande que a gente acha melhor deixar pra lá.

Há tempos sem uma emoção tão grande, será que ainda consigo me emocionar?

Pode ser aquela noite que nunca mais saiu de mim, ou aquele sentimento de vinte anos de você dentro de mim.

Um disco sobre uma pessoa só? Mas onde foi que eu me perdi? Será que foi em um Agosto em Paris? Ou na escrita de um poeta do interior? Talvez seja teu carnaval que faz eu me sentir assim.

Ficar num tango em alto mar só se for num calendário do ano passado... Bobagem, é sempre assim!
Se as minhas cartas de saudade não dizem mais nada, o que posso eu dizer?

 ...Se teu silêncio não me diz nada... 

Variações de um mesmo sentimento que sempre volta pro mesmo lugar, mesmo que eu me esconda entre escombros da escuridão.
Talvez, no final de tudo, a única resposta que eu tenha seja um barco que me faz naufragar.

                                                                                                                                                                                                                     Direitos Autorais da Foto: Leonardo Figueiredo



Texto escrito por: Yago Conforte.

Às portas da prisão.


                                                    Qual chave abre às portas da prisão?

Andei pensando ultimamente... Será que nós realmente precisamos sofrer o tanto quanto sofremos?
Será que tudo não depende de como a gente vê a vida?
Às vezes eu penso que 90% (senão o total) da vezes que nós sofremos é por nós mesmos. Quando alguém te magoa com palavras e atitudes, será que realmente a culpa é da pessoa, ou é nossa que depositamos uma grande parcela de expectativas em cima de alguém? 

Será que o Antoine de Saint-Exupéry (eu jamais iria conseguir pronunciar o nome dele pessoalmente) autor do clássico livro de literatura infantil ''O Pequeno Príncipe'' realmente tinha razão quando disse que: ''tu se torna eternamente responsável por aquilo que cativas'' ?

Acredito que não. Acho que nunca podemos colocar expectativas que nós criamos em cima de alguém, afinal elas são só nossas e de mais ninguém. Onde eu quero chegar com esse papo?! 
Se a gente se libertar de tudo que faz mal, de tudo que é tóxico, a gente consegue viver de forma muito mais leve, tendo em vista que, grande parte de nosso sofrimento é causado por conta de outros seres humanos. 
Obviamente, nem todo sofrimento é causado por conta disso, mas se a gente se libertar dessas coisas, eu garanto que a vida vai ser muito melhor de ser vivida. A vida tem que ser vivida da melhor e mais leve forma possível. 

Tá, agora chega desse papo de autoajuda, até porque minha vida às vezes pode ser tão confusa quanto à America Central, e eu não quero deixar a cabeça de alguém mais confusa do que a minha. 

                                                ...Devaneios de um domingo à tarde... 




''O sentimento abre às portas da prisão 
com que o pensamento fecha a alma.'' 

                Fernando Pessoa. 

Texto escrito por: Yago Conforte.

Papéis Escritos.



Em cada esquina há uma pessoa, talvez o céu e talvez o inferno
Em cada esquina há uma pessoa dentro de si mesma querendo abrigo.
São tantas esquinas, são tantas pessoas, 1.000 universos dentro de um.

                          uma linha separatória entre dois mundos. 

A cada vez que passamos por uma pessoa na rua, pode ser que seja a última vez que estamos vendo essa pessoa, ''morte, morte, morte, que talvez seja o segredo dessa vida''.

Talvez o segredo esteja dentro de nós, nos olhos divinos, numa palavra não dita, mas que dita a sentença.

E, pra encerrar essa pequena reflexão, um frase de um escritor irlandês:

''Nenhum grande artista vê as as coisas como são na realidade; se o fizesse, deixaria de ser artista.'' 
                                                                                                                                                                                                                                 Oscar Wilde.



Texto escrito por: Yago Conforte.

Take 1 - Gravando (...)

Hoje (17/08/2019) foi a primeira vez que eu visitei um estúdio profissional.
Um pequeno passo pra humanidade, um grande passo pra mim.
Eu sinceramente não sei até onde vou com a minha música, ou até onde ela vai me levar. A única coisa que eu sei é que eu amo fazer isso. Além de escrever, compôr, gosto também de tocar alguns instrumentos... Ao menos eu tento.

Lá no estúdio, tocamos algumas canções que eu fiz; "Solidão da Cidade, Nosso País, Ato Reflexo, Vinte Anos".
O tempo era curto (o tempo nunca é demais) mas conseguimos finalizar e ajustar alguns detalhes.


O Allan (meu professor e guitarrista) fez alguns arranjos na guitarra. Eu tentei fazer algumas brincadeiras com o contrabaixo e algumas dessas brincadeiras ficaram registradas em algumas fotos que irei postar aqui, como se fosse uma impressora da memória (contanto os minutos, esperando o agora).

Sei lá, só achei que seria justo eu registrar isso aqui, afinal, a primeira vez de tudo é sempre
marcante. =]



Uma tentativa de tocar a música ''Vinte Anos'' no violão.
17/Ago/2019.

Allan brincando (e nos humilhando) na guitarra.
17/ago/2019.


''Nesse país que ronda poesia no ar
em que os filmes parecem noir...''
17/Ago/2019. 



Texto escrito por: Yago Conforte.

sábado, 17 de agosto de 2019

Jack Kerouac me dava razão? (Conto I)


Aquela estrada sempre me fascinou, coisas que só ela pode nos proporcionar. Talvez o vento na cara e alguma música de Neil Youg tocando dentro carro, pode ser que seja os meus amigos atrás levando uma vida boêmia, regada à velha santíssima trindade "sexo, drogas e rock n' roll", que cá entre nós nunca me fascinou. Talvez essa energia me remeta os anos de 1969 (tempo em que não vivi) aqueles ventos que sopraram Woodstock, os sons da guitarra de Jimi Hendrix ecoando pelos ares. Uma certeza, só uma certeza: dentro de nós tinha um pouco de Jack Kerouac, Nietzsche e, lógico, Edgar Allan Poe, principalmente quando a noite caía. Sei que o caminho a percorrer era a tão sonhada América do sul, aquela do cinema novo, da poesia marginal, a que Belchior sempre nos disse em suas canções. Foi numa fazenda em que paramos só pra poder conhecer os moradores é que as coisas começaram a acontecer. Era manhã, e de longe, no celeiro eu a avistei, cabelos cacheados, ruivos e longos, o cabelo quase mais longo que o vestido e mais longos que eu meu cabelo. Meio que sem entender nada ela olhava aqueles três viajantes meio sem rumo na direção e na vida, e com uma hospitalidade quase que sulista, ela veio nos receber:
"Em que posso ajudar?"
Os três, meio atrapalhados com tamanha beleza, sem saber o que responder, quando nosso amigo, fã de Nietzsche disse: "podemos entrar pra tomar uma água?" e ela, sem dúvida alguma, disse que sim.
A casa era muito bem feita, a arquitetura era rústica, que alternava entre o amarelo da parede e o chão de madeira, com um toca-disco que se não me falha a memória, tocava Paul Simon ou algo assim, e logo de cara demos de cara com uma sala, típica dos anos 40, com uma máquina de escrever, folhas e folhas espalhadas por toda a sala, alguns vinis quebrados e outros intactos perto de diversos livros em sua coleção. De repente, vi uma fotografia e a princípio achei que fosse uma pessoa qualquer, mas ao olhar bem vi que era ela, a moça dos cabelos cacheados no qual não tive nem a coragem de perguntar seu nome, sem hesitar eu peguei aquela foto e senti os olhos trêmulos e úmidos, como um bom cético nunca acreditei muito em coisas fantasiosas demais, mas se vidas passadas existem, eu tinha uma ligação muito forte com ela. Feito isso, era hora de dar adeus, meus amigos estavam "viajando" em alguns livros de Karl Marx na outra parte da "sala dos 40", nome que dei de repente pr'aquele recinto. Quando estávamos saindo da sala, ela veio com um café e um disco de jazz nos convidando pra ficar.
Durante a conversa, ela discutia sobre vários assuntos, que iam de Fernando Pessoa até uma velha vila que ficava próxima a sua fazenda, eu sentia algo no olhar dela no qual eu não sabia decifrar se era um flerte ou se ela estava querendo que a gente se mandasse logo dali. Como um bom paranoico, entendi que ela queria que a gente fosse embora, eu sentia uma angústia tamanha ao ter que sair dali.
Enquanto meus amigos estavam saindo, eu terminava de tomar o café, ela me puxou no canto da cozinha, me deu um beijo e disse com um olhar distante e sereno: "a foto é sua, mas seu olhar é meu", eu, meio desconcertado, dei um sorriso tímido sem entender como ela sabia que eu havia pegado a foto, devolvi o beijo e dei um adeus.


Conto escrito por: Yago Conforte.

Não é o tempo, nem as crianças no fundo da fazenda.



Um pensamento que sempre me vem à cabeça sobre mim no futuro sou eu numa fazenda à noite, ouvindo alguns discos de vinil, bebendo vinho e tocando piano.
Em partes, as primeiras coisas não são difíceis de serem realizadas, mas tocar piano... será?!
Me parece ser um dos instrumentos mais difíceis de serem tocados, junto com o acordeon.
Tudo bem, eu ainda tenho 21 anos e muitas coisas pra viver e aprender, um dia minha ansiedade ainda me mata.
Mas já que toquei no assunto de fazenda, me lembrei de uma música que escrevi, que se chama ''ei mãe'', e nela eu deixo em evidência a fazenda na qual minha mãe nasceu.
Fazenda essa que eu também me imagino como citado aí em cima.
Num determinado trecho da música, eu escrevo: ''Ei mãe, eu me perdi por aqui, em meio a tantas guerras civis.''
Guerra do Vietnã, Guerras Civis, A Grande Guerra. Será que nós não nos cansamos de nos matar pouco a pouco, rosto a rosto?
Já li em algum lugar a seguinte frase: ''Se queres paz, te prepara para guerra, se não queres nada, descanse em paz.''
É apenas um ciclo vicioso. Guerra, doses generosas de paz, e, novamente guerra.
Há quem se esconda em escombros da noite pedindo um pouco de paz.
Há quem nunca se esconde e implora por um copo de água.
Os dois (in)visíveis a olho nu.
Visão de microscópio: uma guerra sem igual.
Afinal, temos que parar de olhar apenas nossa lente de microscópio.
Temos que enxergar além do que os olhos podem ver, além do que nossa lente quer ver.
Se todos temos um ponto de vista, chegou a hora de encarar a ilusão da nossa própria ótica.
Esse papo já está ficando um tanto quanto viajado. Se já é difícil eu conseguir manter uma linha reta num assunto falando, imagina escrevendo.


Pra encerrar, algumas doses de Willie Nelson, nos embalos de sábado à noite.

                                                                   (https://www.youtube.com/watch?v=jOTcpcUKvOk)
Texto escrito por: Yago Conforte.
                                                                                                                                                                                             Direitos Autorais da Foto: FotosDoPaulao

Até Quando?

Ontem à noite estava ouvindo um cara que eu curto muito; Bob Dylan, suas letras de protesto e a gaita sempre fizeram parte da minha vida. E, em especial, a letra de ''Mr Tambourine Man'' e resolvi escrever algo que me veio à cabeça... Mas, mais do que um Sr. Tocador de Tamborim like a rolling stone, o Bob também é uma metamorfose ambulante e, talvez isso seja o mais genial desse cara. Mas já que estamos falando de uma pessoa que dispensa apresentações, vamos ao que interessa, um texto escrito sob à influência deste genial tocador de gaita (ou de tamborim).



                                                     ?Até Quando? 



Até quando precisaremos lutar pra ter paz?

Quantas pessoas terão que morrer até que se possa viver?


Quantas músicas precisarão ser escritas até que o último homem consiga fechar os olhos?


Quantas guerras o homem já lutou? Quantas famílias se perderam nos últimos anos?


Quantos tiros serão necessários pra calar a humanidade?


Quantos céus serão necessários pra caber 10.000 vidas de 10.000 reais?


Até quando serão necessários muros pra nos separar?

E já nos separamos dentro dos nossos medos...




Abaixo uma foto desse ícone dos anos 60 com seus 20 e poucos anos.






                                                                                                                                              Texto escrito por: Yago Conforte.

Um muro dentro de mim.

Desde que eu me entendo por gente, eu tenho um pouco de dificuldade de expor algum sentimento.

Seja ele qual for, até pra elogiar alguém é difícil. Um dia desses fui falar pra um amigo que amizade dele era bacana... Resultado: fui chamado de falso.

Tá bom, eu sei que eu sou péssimo com demostração de afeto, que sou chamado de frio às vezes, mas talvez o silêncio diz mais... E às vezes ele nada diz.

Até abraços são complicados pra mim. Minha mãe provavelmente acha que eu vim com defeito de fábrica.

Brincadeiras à parte, eu acho que consigo ser bem melhor escrevendo do que falando, isso é fato. Acho que meu sistema límbico não conseguiu desenvolver minhas emoções.

Mas a minha maior emoção é escrever uma canção. Seja uma canção pra mim, seja uma canção pra alguém. 
Quando se tem sons até mesmo dissonantes, tudo fica bom.

Uai, sô! Num é que esse trem é bão mesmo?

    Entre o triângulo mineiro e minhas.     

                    cartas de saudade.

     Boa noite, terráqueos!


Texto escrito por: Yago Conforte.

HighwayMan.



Até hoje eu não consigo entender quem consegue viver sem música.

Aliás, eu até entendo (ou pelo menos tento), mas a vida parece ser tão sem graça sem música. Bom, levando em consideração que cada um de nós é um universo... Tá bom, eu entendo!

Mas a questão é: eu gosto de fazer as pessoas sentirem as músicas. E gostaria de um dia poder levar minha música (e conseguir emocionar) pelo menos uma pessoa. É que eu nasci com a caneta estourada no peito.

Toda vez que eu assisto algum show de algum artista que eu gosto, eu consigo sentir a emoção de quando cai a cortina e começa as primeiras notas de alguma canção.

Se isso acontecesse ao menos uma vez na vida comigo, já teria valido a pena viver.

Levando em consideração o país em que eu vivo, e a cultura na qual estou inserido, talvez eu não consiga isso. Mas aqui dentro de mim ainda tem aquela criança que via um show da banda preferida e fingia fazer parte dela. Que pegava (e ainda pega) guitarras de brinquedo e finge que está tocando baixo.

Bendito contrabaixo...

Um dia eu aprendo a te tocar e tu consegue tocar as pessoas.

São exatamente 23h23 (o que será que o universo está querendo dizer?) Bom, acho que já estou viajando. Deve ser o sono.

Mas antes, só lembrando de um dito popular: a dúvida é o preço da pureza.

Hey Mr. TAMBOURINE MAN, PLAY A SONG FOR ME.

                                                                                                                        Direitos Autorais da Foto: Ivan Gavioli.

Texto escrito por: Yago Conforte.

NOV/NOVECENTOS PENSAMENTOS AO ANOITECER.





Hoje eu estava num bar, e na mesa, começaram a discorrer sobre o assunto: "amor".

Eu sei, é um papo clichê, mas afinal o que é esse DESCONHECIDO? (já diria Paulo Ricardo lá nos anos 80) - espero não ter cometido um anacronismo -

Será que todos nós temos uma alma gêmea? Bom, os espiritualistas dizem que sim... Há quem diga que isso não existe. Será que estão loucos?

Mas estão loucos os que dizem que o amor existe ou os que dizem que não existe?

A minha vida às vezes pode ser tão confusa quanto um disco do Pink Floyd. Num domingo tu está chorando em posição fetal. Na segunda tu já está bem. (primeiras, segundas, terceiras; há várias tentativas). Algumas em vão, outras nós vamos e falamos: passou.

E tudo passa como num passe de mágica.
Como num voo de um avião que chega e traz meu olhar pela janela.

... Devaneios... 

Voltando ao assunto: amor. Há várias formas dele, há vários jeitos, e nenhum é igual ao outro. Mas pra conhecer o amor, primeiro é preciso conhecer a si mesmo.

Será que nós conseguimos nos conhecer realmente?!

Tudo que as pessoas sabem é apenas a ponta do iceberg.



                                                                                                                                                                                                Direitos Autorais da Foto: Marcelo Costa. 


Texto escrito por: Yago Conforte.


A solidão da cidade no dia a dia.




A impressão que eu tenho às vezes é que eu criei um mundo dentro de mim. E esse mundo só existe aqui. Talvez essa fosse uma fuga da realidade?!
Tá legal, eu nunca fui bom pra fazer amizades. Eu me lembro que no colegial eu ficava meses sem nem conversar com ninguém, mas sempre tinha alguém pra puxar papo.
Tá legal, eu sou fechado na maioria das vezes. Mas por que isso é um problema? Cada um tem a personalidade que pode. Somos o que podemos ser.
Eu não paro de falar quando eu não tenho o que falar; o auge da timidez. Podia ser o contrário, né? Eu sei. É... Mas não é.
Isso aconteceu com o tempo... Se na época do colegial eu não abria a boca por vergonha, hoje em dia eu abro por vergonha também. As coisas mudam de nome, mas continuam sendo o que sempre serão.
É verdade que esse comportamento pode ter me deixado só às vezes... às vezes só, as vezes só sem ninguém. Às vezes com todo mundo ao redor e ainda assim só.
Pera... Isso fez algum sentindo? Bom, na minha cabeça fez (como tudo que eu escrevo faz).
Por hoje é só.



                  ANDOSÓ
                                                  COMO UM PÁSSAROVOANDO.






                                                                                                                                                                                               Direitos Autorais da Foto: Liliane Callegari

  Texto escrito por: Yago Conforte.

Fases e Frases.



Já que parece que o universo conspirou para que o assunto dessa noite fosse música; vamos falar de música.

Todas as vezes de crise, seja ela emocional, financeira, ou de qualquer outro tipo, a única válvula de escape que eu tenho é a musica.

E isso se aplica de várias formas: fazendo música, ouvindo música, ou até mesmo... Procurando sobre música e músicos.

Esses dias eu estava ouvindo um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, cujo nome nem precisa ser mencionado, e veio a seguinte frase: "A minha alucinação é suportar o dia a dia, e meu delírio experiência com coisas reais".

Comecei a refletir em cima dessa frase. Acho que todos nós temos fases e frases.
A minha frase com certeza não é essa. Mas em alguma fase da minha vida, já foi e ainda será. No meu caso, o meu delírio (ou droga) pra suportar o peso que é viver, é a literatura, e eu li em algum lugar esses dias sobre isso, mas não vou me lembrar de escritor essa frase é... Maldita memória...

A reflexão musical de hoje foi essa. Às vezes eu tenho a impressão de que algumas coisas só fazem sentido na minha cabeça. Vai ver eu sou autista e não sei...

Boa noite pra quem fica! (será que tem alguém ai? Ou estamos sós?)
Texto escrito por: Yago Conforte.

Eterna Frequência.

Contaria também os dedos de suas mãos, suas doces e calejadas mãos que sempre conseguem me sentir e me moldar. Como eu amo e venero seus láb...