domingo, 29 de março de 2020

Brassai.


Talvez seja teu efeito brassai que dá um nó na minha cabeça com a sua fotografia preto e branco. 
 
                                        Y.C

quinta-feira, 26 de março de 2020

Se não me engano é Ferreira Gullar...


Se na mão não puder me levar, me leve no coração, e se no coração não puder me levar, me leve no lembrar, e se ainda assim não puder me levar (de sonho e de neve) me leve no seu esquecimento, mas sempre me leve, mesmo que seja breve. 
   

mesmo que 

                porpurafaltadeopção 
          
                            púrpuraéacordocoração

 
                                  Y.C

Noites Escuras.



O que fazer quando às noites brancas ficam escuras? 

Quando o tempo que até então estava nublado, se abre? 

E que toda a verdade que tínhamos, não passava de ilusão? 

Na verdade, tudo que temos é tão frágil quanto a um vidro ao cair no chão. 

Uma hora a água acaba, o copo esvazia, o corpo quente e incandescente pelo toque e pelo olhar esfria, o que um dia era tão raro, fica comum aos nossos olhos. 

E nada é tão especial, quando você percebe que na verdade, o que é especial... 

                                             [...] 



                        é a vida...



                                      e não você. 

   Y.C


domingo, 22 de março de 2020

Até parece que foi ontem minha mocidade.


Sempre achei que o domingo combinasse com melancolia, ou talvez combinasse com um saudosismo estranho. Hoje estava revendo alguns álbuns de fotografia de quando eu era criança, e me deparei com essas fotos. Percebi que mesmo tendo sido criado na cidade, boa parte das minhas fotografias de quando eu era criança, foram feitas na fazenda. Fazenda dos meus tios, avós, amigos dos meus pais... E talvez seja por isso que quando eu olho pra trás, eu tenha a lembrança de andar a cavalo, pescar, e ouvir as histórias que nossos parentes sempre contam, e que cada vez contada, a história se modifique um pouco. Chácaras, sítios ou fazendas sempre me pareceram ser o lugar ideal pra compôr uma canção, escrever um livro ou tocar arioso da cantata 156 no piano e beber vinho. Se um dia eu me tornar um astro do rock, talvez possa comprar uma fazenda e realizar todas essas fantasias. Eu só tenho que deixar de ler Dostoiévski e Camus, porque já é de um puta isolamento mental ler esses caras, imagina fazer isso sozinho e no meio do nada?! Com certeza vou surtar igual o Nietzsche. Devaneios de um domingo à noite, mistérios ou critérios da meia-noite. 

E pra finalizar, de um lado, um cara que sempre passeou pelo lado selvagem; Lou Reed e seu Walk On The Wilde Side. 
E do outro, na cabeça de um quase adolescente que um dia sonha em ser um astro do rock, o pensamento de que a juventude ainda continua sendo uma banda numa propaganda de refrigerantes. =]

                                         Y.C 

                            Walk On The Wilde Side

sábado, 21 de março de 2020

Vinte Anos.

Em meados do primeiro semestre do ano passado, no inverno, escrevi a letra de "Vinte Anos", que viria a dar nome a esse site. Ela foi escrita na mesma época em que escrevi "Agosto em Paris", "Poeta do Interior" e "Um Medo Que Não É Teu", daria pra escrever um disco ou um livro sobre uma pessoa só. Essa máquina de escrever que está na foto foi muito usada quando minha mãe tinha por volta dos vinte e tantos anos também, lá pelos ares dos anos 80 e 90, e ela nutre uma paixão gigante por ela, mesmo que não a use mais com tanta frequência. Inclusive na música que fiz pra minha mãe, tem um trecho que diz "... E quanto à máquina de escrever, o teu romance à mercê, a juventude não pode escolher às marcas, batalhas que vão se esconder". É engraçado pensar que a máquina que ela usava pra escrever alguns contos há mais de 20 anos, eu use hoje pra compôr; variações de um mesmo tema. E em meio à guerra da paz, do caos mundial de uma pandemia, a única coisa a se fazer é escrever; no meio de qualquer crise, o ópio do meu pensamento. 

"A vida nos ronda perigo, numa canção escrita a fuga da vida quase não vivida, quase esquecemos de nós".


                                   Y.C



domingo, 15 de março de 2020

o estrangeiro.

Talvez tenha dentro de mim muito mais de Camus do que qualquer outro escritor existencialista. 

"Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão..."   

sábado, 7 de março de 2020

viola no rádio industrial violam às leis do canal.



 e ao ver chorar a grande mata


                                             o fogo domina nossa estrada

                                              estrada essa que eu andei

               ao sabor do vento; that's over play




                                                                        Y.C

segunda-feira, 2 de março de 2020

Epifania.


Fui batizado e de certo modo, fui criado em igreja católica, hoje em dia não frequento, mas estava procurando algumas músicas aqui e me deparei com música gregoriana. 
Há muito tempo eu não parava pra ouvir músicas de cunho religioso, principalmente da parte ocidental. Mas esse tipo de música é quase um mantra, e transcende só de ouvir. Eu tenho umas viagens que beiram meu lado pueril, e uma delas é viajar pro Vaticano ouvindo música gregoriana; afinal nada se encaixa mais do que essas duas moedas. A minha memória afetiva  de quando eu tinha meus 11 ou 12 anos é na primeira eucaristia se não me engano, meio retraído de estar ali com um monte de jovens da minha idade, tomando a hóstia e todos esses ritos católicos, e é interessante olhar pro passado com os olhos que tenho hoje, de certa forma essa época da minha vida me formou em algum aspecto atual, assim como a minha adolescência ouvindo meu álbum preferido, ou lendo algum escritor que eu admiro, e até os pequenos gestos que parecem ser banais formam o que de fato eu sou hoje. Mas lógico que não posso falar isso e não citar Raul Seixas, que em seu apogeu disse que prefere ser uma metamorfose ambulante do que ter uma velha opinião formada sobre tudo. Acho que é necessário não ficarmos sempre com uma mesma linha de raciocínio, não termos sempre as mesmas ideias, até porque se até Bob Dylan largou o violão e a gaita e assumiu às guitarras elétricas, por que nós, meros mortais, não podemos mudar de instrumento de vez em quando? 



                                              Y.C 

Eterna Frequência.

Contaria também os dedos de suas mãos, suas doces e calejadas mãos que sempre conseguem me sentir e me moldar. Como eu amo e venero seus láb...